Transtorno do Pânico

O Transtorno do Pânico é caracterizado essencialmente pela presença de manifestações gravemente ansiosas que não tenham sido desencadeadas, inicialmente, pela exposição a uma situação específica. Com a recorrência dos sintomas de grande ansiedade, surge o medo de sofrer novos episódios e a pessoa começa, então, a evitar locais e situações.

Frequentemente, o Transtorno do Pânico fica associado a sintomas de outros transtornos ansiosos, como os de Agorafobia (ansiedade acerca de estar em locais ou situações das quais escapar poderia ser difícil) e Fobias Específicas (medos específicos, como de elevador, de escuridão, de andar de avião).

 

Ansiedade

Ansiedade é uma manifestação natural do ser humano, que tem o intuito de nos ajudar a reagir a situações ameaçadoras, com a atitude de luta e fuga.

Imagine que você está atravessando a rua quando de repente um carro, à toda velocidade, vem em sua direção, buzinando freneticamente. Se você não experimentasse absolutamente nenhuma ansiedade, teria mais chances de ser atropelado.

Quando a ansiedade se torna problema

O problema se estabelece quando a nossa ansiedade passa a surgir em situações inofensivas.

Somos tendenciados a não aceitar o fato de não encontrarmos uma explicação para alguma coisa. Devido a isso, em muitos casos, quando as pessoas não conseguem explicar seus sentimentos, elas começam a achar que o “erro” está nelas. Ou seja, “se nada exterior está me deixando ansioso, então deve ter algo de errado comigo mesmo”. Pessoas que apresentam Transtorno do Pânico costumam inventar explicações como “eu devo estar tendo um ataque cardíaco ou convulsão, posso estar morrendo, perdendo controle ou ficando louco”.

Um ataque de pânico inicial representa um "alarme falso" em que é sentida demasiada ansiedade. Então, após o primeiro ataque, algumas pessoas ficam apreensivas e hipervigilantes quanto a manifestações físicas da ansiedade. Temendo novos ataques, desenvolvem interpretações distorcidas e catastróficas em torno dessa possibilidade. Na medida em que a pessoa detecta a ansiedade e a entende como ameaçadora em si, a ansiedade aumenta.

Em indivíduos com Transtorno de Pânico crônico (que se estende por bastante tempo), a crença de terem uma doença ameaçadora à vida pode levar a uma ansiedade debilitante e a excessivas consultas médicas.

Sinais

Abaixo citamos alguns sintomas físicos característicos do ataque de pânico:

- Palpitações ou ritmo cardíaco acelerado;

- Suor excessivo;

- Tremores;

- Sensações de falta de ar;

- Dor no peito;

- Náusea ou dor abdominal;

- Sentimentos de estar destacado de si mesmo;

- Dormência ou formigamento.

Alguns dos seguintes pensamentos estão associados aos sintomas físicos:

- De desmaio;

- De perda do controle;

- De que está tendo um ataque cardíaco;

- De que irá morrer;

- De enlouquecer;

- De que vai participar de uma cena embaraçosa;

- De que não irá conseguir chegar em casa.

Estas afirmações não são claramente conscientes e acabam por enviar a seguinte mensagem a seu corpo: “prepare-se para o pior”.

Terapia para o Transtorno do Pânico

A Terapia Cognitivo Comportamental para Transtorno de Pânico, inclui:

- Psicoeducação para que o paciente conheça e detecte os fatores envolvidos no seu problema, detecção do início, situações em que ocorre e reações/pensamentos;

- Treino de habilidades e manejo de sintomas corporais;

- Treino respiratório que reduz a ansiedade;

- Avaliação e modificação da tendência persistente de interpretar de forma distorcida e catastrófica as sensações corporais;

- Exposição gradual in vivo.

Readequando as cognições

Nosso corpo reage às mensagens enviadas a ele pelo cérebro. Se rotulamos uma situação como sendo perigosa, e em seguida nos aproximamos desta situação, o organismo produzirá hormônios que nos prepararão fisicamente para a crise que estaria em vias de acontecer. Mesmo que uma situação possa parecer relativamente segura, se a mente a interpretar como insegura, o corpo reagirá à mensagem de perigo.

A Terapia Cognitivo Comportamental atua no sentido de auxiliar o cliente com Transtorno do Pânico a identificar com clareza seus pensamentos e a entender a que emoções e comportamentos eles estão ligados. A partir dessa identificação, fazemos a avaliação de se os pensamentos são factuais ou se são distorcidos. Os pensamentos rápidos que se tem durante o ataque de pânico costumam ser em sua maioria irreais ou exagerados. Com a leitura sobre seus pensamentos e a aplicação das diversas outras técnicas, o cliente se torna mais seguro para enfrentar sua ansiedade, reduzindo-a novamente a um nível funcional.

Protocolo Vencendo o Pânico

Trabalho constantemente com pacientes com Transtorno do Pânico, no consultório. O tratamento cognitivo comportamental costuma trazer bons resultados já a partir do início. Dependendo da determinação do paciente e sua possibilidade de fazer as tarefas propostas entre as sessões, o tratamento pode ser bastante rápido, podendo haver alta já a partir da décima sessão. Utilizo no tratamento o Protocolo Vencendo o Pânico, que foi formulado a partir de mais de uma década de estudos nacionais e pesquisas científicas internacionais. O Protocolo Vencendo o Pânico é de autoria de Bernard Rangé e Angélica Borba, professores da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

  Autora: Carine Campos

 Carine Campos
CRP 12/10.960
Psicoterapia Cognitivo Comportamental
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